Ministério da Saúde adverte: gravidez prejudica o gosto musical
Sou casado há cinco anos e nesse período tive dois filhos (são três, na verdade, já que herdei um). Mas não quero falar deles. Quero só ilustrar uma teoria: a de que os hormônios que agem no corpo feminino durante os nove meses de gravidez afetam profundamente o gosto musical.
Quando casei, a discoteca básica da minha mulher incluía Rolling Stones, Mutantes, Janis Joplin, Chico Buarque, Rita Lee... Acho que a pior coisa era Fernanda Abreu. Mas foi só a barriga começar a crescer, os hormônios começarem a agir, para algo estranho acontecer. Entre aqueles pedidos do tipo “estou com desejo, quero comer siriguela com goiabada cascão, ovomaltine e alguma coisa que faça crunch”, acabei ouvindo:
“Compra um disco do Roberto Carlos para mim?”
Quase tive um treco, mas comprei. Melhor não contrariar mulher grávida, imagina só se meu filho tivesse nascido com a cara do Roberto. E o CD tocou, tocou, tocou, tocou e tocou. Também tive de conviver por nove meses com outras coisas incomuns ao universo musical doméstico, como por exemplo “um fio de cabelo no meu paletó”.
Arthur nasceu, o tempo passou e o Roberto voltou a dar lugar ao Mick Jagger no som lá de casa. Janis voltou a dar seus gritos, os Chicos (Buarque e Science) voltaram a ser figurinhas fáceis e a paz musical voltou ao lar.
Os anos passaram. Outra gravidez. Hora de testar a teoria. Logo nos primeiros meses, Pra ser só minha mulher, música do Ronnie Von cantada pelo Otto e pela Alessandra Negrini, passou a ser a primeirona nas paradas de sucesso. Sidney Magal também virou rei. Até no show tive de ir.
Foi um período trash, mas passou. Pedro nasceu e o Rolling Stones retomou novamente o posto de melhor artista do mundo. Buddha Lounge, Buddha Bar e outras músicas de meditação também subiram para o ranking das favoritas.
Mas desconfio que os hormônios deixaram seqüelas. Um dia destes, no Beirute, entre um copo e outro de cerveja, escuto:
"Baixa para mim o CD do MC Leozinho?"
Para quem não conhece, é aquele do “ela dança, eu danço”, funk-chiclete carioca que ficou conhecido nacionalmente depois de tocar, durante uma entrevista, no celular do Ronaldo Fenômeno.
Espero que seja só um surto e que passe logo. E nada mais de filhos. Sei lá, da próxima vez a preferida pode ser a Tati Quebra Barraco ou a banda Calypso. Por via das dúvidas acho melhor não arriscar.
Como você expõe a Iara desse jeito? É perigoso você enfrentar uma greve de sexo. Aí, nada de gravidez mesmo. Nem querendo... Gostei da teoria... Faz sentido!
Agora que ele expôs a minha intimidade vai ter que me levar ao show do Roberto Carlos na área VIP. Vou cobrar e espero a solidariedade dos amigos.
Pô, Alê, MC Leozinho é tudibom. Agora, só não sei o que uma mulher de raja-yoga quer com MC Leozinho. Tô com a Iara. Vc tá devendo a ela uma área vip do Rei.
Isso mesmo, Iara!
E se você for, me leva junto porque os meus hormônios de gravidez são parecedíssimos aos seus: estou escutando até trilha sonora de novela das seis (credo!).
A minha sorte é que não tenho marido pra reclamar (hihihi).
Previsível. O gosto musical dela sempre foi ruim. Na verdade, aquela fase boa era uma violência dela para com ela mesma. Como seu poder de influência sobre sua mulher é nulo - que coisa patética, Alê... -, ela deu vazão ao seu lado real e horrivelmente trash. Tem que agüentar.
Abs
Sidney Magal???? Pronto. Agora o mundo se acabou de vez...
hahahha
Muito boa!
Já vou avisar ao Fabio pra ele ir se preparando...
Será que eu seria suscetível a Roberto Carlos e MC Leozinho???
Ai meu deus...
Medo. Muuuito medo!
Mas na feijoada no final do ano a Iara já tinha confessado o Sidney. Não lembra, Fernanda? E MC Leozinho é TOP TOP na Curves.
Nossa Pattys, preciso mudar de Curves, pois na minha não rola MC Leozinho. Chuif!
Cara, agora ce me deixou com medo... :P
Abraco, Marco Tulio
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