Almoço de domingo
Quem já viu criança com fome? É de deixar qualquer um doido. É grito, é choro, reclamação pra cá, reclamação pra lá. Já vi a cena milhões de vezes, afinal tenho três anjinhos em casa: Arthur (terror), Iuri (pânico) e Pedro (tsunami). Mas confesso que nunca tinha vivenciado a situação com tanta intensidade como há umas duas semanas.
Minha mulher está temporariamente em São Paulo, então saí sozinho com o trio parada dura para almoçar no Careca, um restaurante chinês que tem perto de casa. Pedimos quatro rolinhos-primavera (um para cada), macarrão frito e os refrigerantes. Nada muito complicado, convenhamos.
Quando chegaram os rolinhos, uns quinze minutos depois, a molecada já estava insana. Eu estava até com dor de cabeça de tanto ouvir “tô com fome” e “a comida não chega não, hein?”. Os meninos devoraram os rolinhos de um jeito que me deu até vergonha, pareciam aqueles meninos africanos quer mal têm o que comer. Não preciso nem dizer que continuaram todos com fome, ansiosos pelo resto da comida.
Nessa altura, o restaurante estava com todas as mesas lotadas e uma fila de pessoas esperando do lado de fora. E a nossa comida, nada. A molecada estava novamente em fase pré-surto. Iuri batendo os talheres na mesa, Arthur repetindo “tô com fome” de cinco em cinco segundos, e Pedro, de apenas um ano e dez meses, gritando sem parar: “rolinhooooooooooo, rolinhooooooooooooooo, rolinhooooooooooooooooo”.
Passou uma hora e nada da nossa comida. Perdi a conta de quantas vezes reclamamos com o garçom. Arthur, de seis anos, apelou até para chantagem emocional. Primeiro, de leve: “moço, você não tem vergonha de deixar três crianças morrendo de fome?”. Depois pegou pesado, abrindo o berreiro: “eu vou morrer de fome por causa desse Careca, eu vou morreeeeeeeeeer...”. Foi nessa hora que o garçom ficou com pena e me confessou que só tinha um cozinheiro trabalhando aquele dia. Os demais estavam um de folga e outro doente.
Após mais de uma hora de espera, sem previsão, e com terror, pânico e tsunami a mil, resolvi comer em outro lugar. Pedimos a conta e saímos, com Arthur chamando o garçom de filho daquilo e dizendo que nunca mais poria os pés naquela “bosta de restaurante”. Pedro também aproveitou mais uma vez para gritar “rolinhooooooooooo”, para deleite da audiência. Acabamos comendo uma pizza na quadra ao lado.
Foi um dia e tanto.
Estou com um surto de rizada (obviamente porque não foi comigo, né amigo!) ótimo texto! Mas tô acahando que você tá precisando de uma Babby sitter!!! (rss)
Besos...
Olá, querido!! Agora vc deu mais valor ainda pra patroa, hein?ehehehe Quando a Louise tinha dois anos, fomos a Galeteria Gaúcha e passamos por uma situação tão escabrosa quanto essa. Depois de devidamente saciada, a guria resolveu que queria ir embora de qq maneira e aí... toda a coxa de frango q passava perto dela ela pegava e atirava contra a parede do restaurante!!! Foi grotesco. No fim, claro, nem eu nem o Digo comemos absolutamente nada e ainda passamos por pais mal educados, q não impõe limites, filha maluca, etc, etc... parabéns pelo blog e bjs saudosos!!
PS: quando virão conhecer a Rafa?
É por isso que dentro da bolsa eu sempre carrego um pacote de biscoitos, vários pirulitos, potinhos de sopa da nestlé e ainda, se duvidar, caixinhas de suco! hahahahahahahahahahaha
Só que no meu caso é Terror e Pânico só!
Bj
Ótimo texto Alê! Pense numa criatura se acabando de rir!
Agora, moço, alguns erros gravíssimos no programa com os meninos, hein!?!?!
Domingo é inferno total em qualquer lugar onde se sirva refeições. Aí você escolhe justo o Careca, que tem em sua política de atendiemento deixar o cliente quase desmaiar até a entrega do pedido!?!?!? A comida é boa sim, mas atendimento 0 e a espera é certa.
E a dica da Anne é um bênção: biscoitos, papinhas e afins na bolsa sempre são paleativos ;o)
Ah, e shopping é sempre uma boa opção em casos como esses. A espera máxima naquela famosa rede de fast food é de 8 minutos...
(Ter cinco sobrinhos e três afilhados dão boa noção do terror que isso pode ser... hehehe)
Beijocas
Estou muito orgulhosa do meu super-marido. Ele tem dado um show de bola à frente do trio parada dura na minha ausëncia. As dicas das meninas são ótimas. Vou passar a andar com um conteiner para saciar os meus ogrinhos entre uma refeição e outra. afff.
hahahaha
Excelente, história! Claro que eu tô rindo porque não foi comigo. hihihihi
É bom saber o que acontece para ir me preparando. Vou anotar as dicas aí de cima... Se bem que como grávida, já ando com o costume de carregar bolachinhas ou barras de cereal na bolsa. Vou lembrar de cultivar este hábito. Na hora do aperto vai ajudar muito! :-)
O Arthur é mesmo uma figura. Vou torcer para o meu ser assim também! ;-)
Beijos
Pelo menos eles serviram para que tu voltasses a escrever!!!
Oi, Alê! Voltei pra dizer que agora nóis tumém tem "casinha" aqui! E o endereço do Clube dos Loucos inaugurou a minha lista de sugestões de vizinhos que devem receber uma visita!!
beijo grande na família.
kuaaaaaaaaaaaaaaa!
Rapá, eu queria ser uma mosquinha pra ver o piá dizendo "não tem vergonha de deixar três crianças passando fome" kuaaaaaaaaaaa!
Cara, você é um herói!
sorte e saúde pra todos! - principalmente pros teus pestinhas!
PS: rolinhoooooooooooooooooooooooooooo!
duas palavras pra voce :
self service
(a comida ja ta pronta, ce nao tem que esperar) .
:)
abracao!
Tulio